A arte de fazer escolhas e se responsabilizar por elas. O que é uma escolha? É um substantivo feminino, “ato ou efeito de escolher, de selecionar entre uma coisa e outra; seleção, preferência, opção: a vida é feita de escolhas”. Escolha é a possibilidade de agir conforme o nosso desejo. Escolha do que vamos usar, do que vai beber, escolha da fruta na feira, escolha de cor e todas as escolhas que praticamos, temos a nossa liberdade de escolha.

O comportamento que geralmente é das mulheres, e que vem ao longo do tempo se modificando, há quem diga que a maior revolução que houve foi a revolução de costumes promovida pela mudança de comportamento da mulher. Mas algo se mantem de forma milenar, como a questão do acolhimento, a questão da proteção, da maternidade, da nutrição, tanto é que em todas as culturas e  momentos históricos, a mulher esteve sempre ligada a esse papel nas mais diferentes culturas, sempre existe uma deusa que os homens pedem ajuda porque esse feminino é um feminino de acolhimento, aconchego, de vida, de nutrição, muito associado a mãe terra, a terra que gera, que dá frutos, que dá alimentos e a que recebe depois os mortos, os corpos, os que deixaram a vida.

Importante a ideia do feminino não como o feminino sinônimo de mulher, mas como modelo de comportamento em que todas as culturas foram desenvolvendo. Jung também traz o arquétipo da anima e do animus, todos nós temos ao mesmo tempo o animus – arquétipo masculino na mulher da força, da agressividade, da ação, da defesa, da caça e temos também a anima, arquétipo feminino no homem da nutrição, geração, de frutos, de vida e de recolher. O quanto as mulheres cuidam dos doentes, dos alunos, a mulher tem dupla função.

A questão da escolha significa que é do feminino principalmente essa angústia, dúvida intrigante quando tem que escolher entre duas possibilidades.  Diz também respeito aos homens, mas lembrando que nesse arquétipo feminino, nessa figura da feminilidade arquitetada ao longo da história há sempre essa dúvida do que fazer. Como a mulher é menos de ação e mais de recepção, então na hora da escolha tem mais dúvidas para escolher porque ela tem outras pessoas por quem é responsável, filhos, pais, agregados, e as escolhas ficam mais difíceis.

A arte de fazer escolhas e se responsabilizar por elas

As escolhas são possibilidades de ação, conforme agir sobre o nosso desejo. Escolha do que vamos usar, do que vai beber, escolha da fruta na feira, escolha da cor do vestido e todas as escolhas que praticamos, temos nossa liberdade de escolha.

Então o que é uma escolha? São duas ou mais possibilidades independentes. A decisão entre duas ou mais possibilidades independentes, uma coisa ou outra. Vai para direita ou para a esquerda, não tem possibilidade de conciliar as duas, são possibilidades independentes, se faço uma coisa não faço a outra.

A arte de fazer escolhas e se responsabilizar por elas. Outa característica é que são possibilidades equidistantes, a escolha significa que se vou pegar um caminho ou outro, escolher entre um e outro, tem que ser de possibilidades que tenham o mesmo valor, tem o mesmo peso se colocássemos numa balança, as opções se equilibram. Outra característica é que são alternativas possíveis, a escolha é sempre entre coisas possíveis. Possíveis, equidistantes e independentes.

Os outros animais têm comportamentos padronizados, as abelhas fazem a mesma casa, mesmas medidas, em qualquer parte do mundo. Quando se vê a natureza e os animais, o comportamento dos animais é predeterminado. Os nossos são diferentes, cada um faz de um jeito. Por que nós temos o privilégio de escolher? Por que nós temos tanta liberdade?

O ser humano não tem comportamento predeterminado, é livre para escolher e responsável por suas escolhas.

A arte de fazer escolhas e se responsabilizar por elas. Desde o início, a humanidade utilizou o chamado livre arbítrio. As migrações pré-históricas demoraram séculos. Esses grupos tiveram muitas dificuldades, esperavam a era glacial para poderem ir andando, desenvolveram línguas diferentes, famílias diferentes, casas diferentes, a mudança obrigou a estabelecer padrões diferentes de vidas e comportamentos. Daí a educação se tornou importante. Assim surgiram diferentes culturas, cada um com seus costumes e convenções. A cultura escolhe por nós e nos adapta a ela. Cada uma das formas foram padrões de vida desenvolvidos por determinados grupos que acabaram se situando em continentes diferentes e fomos perdendo a memória da nossa vida selvagem, tornamos seres de cultura, de determinado padrão de comportamento.

A arte de fazer escolhas e se responsabilizar por elas

Multiculturalismo

Multiculturalismo = temos a maior variedade de formas de vida que é possível encontrar no planeta. Temos crenças, culturas, religiões diferentes, temos as possibilidades de escolhas. Temos a diversidade e a pluralidade que são possibilidades abertas à humanidade.

Com a globalização e o desenvolvimento dos meios de comunicação, as diferentes alternativas se tornaram possíveis para muitos. Temos uma grande quantidade de alternativas, podemos optar por diversas coisas. Hoje se vive numa época do que tem validade curta, exemplo celulares, a efemeridade das coisas em tudo, até nas profissões. Tudo hoje é por um tempo.

As diferenças e o preconceito podem dar lugar à tolerância, mas dificultam as escolhas.

Jean Paul Sartre estudou o ser livre, disse que o homem pode escolher, não tem predeterminação. Está condenado a ser livre e se responsabilizar por suas escolhas.

Porém as nossas escolhas são movidas por desejos. A psicanálise mostra que tendemos a repetir nossos erros. O que acontece com nossas escolhas?

É importante perceber quando estamos repetindo os erros, o que será que leva a pessoa a agir da mesma forma? O que está acontecendo com ela?

A primeira coisa que devemos pensar é que as escolhas são guiadas pela nossa subjetividade, pela nossa psique. É preciso descobrir o que está por trás de nossas escolhas e de nossos enganos. Que desejo nos move para determinadas escolhas?

As escolhas são movidas por aspectos pessoais e não por aspectos técnicos das coisas. E o que faço com o desejo que me movimenta? Recalcamos, colocamos para dentro de nós, no inconsciente e nem sabemos que temos tal desejo. Desejo recalcado se transforma em necessidade e quando encontro o meu objeto de desejo eu quero imediatamente pegá-lo, usá-lo, vesti-lo, comê-lo e para não sentirmos culpa damos as justificativas que queremos dar. Na verdade, são os desejos recalcados porque somos seres que vivemos na cultura, precisamos agir de acordo com os padrões da cultura.

As razões para satisfazer esses desejos são sempre justificativas, racionalizações, mecanismos de defesa. O que mais precisamos saber sobre as escolhas:

Há situações em que na verdade não temos escolha. Devemos identificar os paradoxos quando nenhuma escolha é possível, sem alimentar falsas esperanças.

Muitas vezes, não sabemos escolher e perdemos oportunidades.

Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências.

Escolher gera angústia. Pesquisas mostram que o excesso de alternativas torna as escolhas ainda mais angustiantes. Não é possível medir ou pesar sentimentos, não existe completa objetividade nas escolhas.

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